Svetlana Aleksiévitch nasceu na Bielorrússia em 1948. Estudou
jornalismo na Universidade de Minsk, a partir de 1967, e depois de
completar o curso mudou-se para Beresa, na província de Brest, para
trabalhar no jornal e escola locais. Após alguns anos, voltou para
Minsk, onde trabalhou na Sel’skaja Gazeta, jornal das fazendas
coletivas soviéticas. Foi lá que ela reuniu material para seu livro
baseado em entrevistas com centenas de mulheres russas que participaram
da Segunda Guerra Mundial.
Por causa de sua crítica constante ao regime soviético, Aleksiévitch
viveu em diversos países, como Itália, França, Alemanha e Suécia. Em
2015, tornou-se a primeira jornalista a ganhar o Prêmio Nobel de
Literatura, honraria que a coloca ao lado de nomes como José Saramago, Mario Vargas Llosa, Thomas Mann, William Faulkner, entre outros. Vozes de Tchernóbil foi seu primeiro livro no Brasil, e o segundo, A guerra não tem rosto de mulher. A editora que a publica no Brasil prometeu lançar todos os títulos dela no país.
Vozes de Tchernóbil
Em 26 de abril de 1986, uma explosão na usina nuclear de Tchernóbil,
na Ucrânia, liberou uma quantidade imensa de partículas radioativas na
atmosfera, afetando diversos países do planeta. As cidades da Ucrânia e
da Bielorrússia, por estarem próximas à usina, foram atingidas de forma
impressionante. E, apesar de todo o mau sofrido pela população, os
governantes da época fizeram de tudo para abafar a realidade – e o fazem
até hoje ao minimizar as consequências. Tentando mostrar ao mundo a
verdadeira realidade, Svetlana dá voz ativa àqueles que lá estavam e
que, de alguma forma, foram afetados por essa catástrofe. Um livro
arrebatador com cenas terríveis, acontecimentos dramáticos e o melhor:
com uma sinceridade inigualável.
A guerra não tem rosto de mulher
A história das guerras costuma ser contada sob o ponto de vista
masculino. As mulheres são sempre figuras secundárias que apenas
tangenciam os eventos. Svetlana Aleksiévitch mostra justamente o
contrário: muitas das russas estiveram na linha de frente da batalha,
sendo figuras primordiais para seu país. Estas vozes ressoam de forma
angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam frio, fome, violência
sexual e a sombra onipresente morte.
Bibliografia:
ESTANTE VIRTUAL. Svetlana Aleksiévitch e suas vozes literárias. Disponível em: <http://blog.estantevirtual.com.br/2016/07/11/svetlana-aleksievitch-e-suas-vozes-literarias/> Acesso em: 13 de julho de 2016